Busca Abujamrica: "o que é a vida?"
O que buscar? Qual a
razão da busca?
A grande questão que
me paralisa e não me permite fazer com a mesma liberdade que eu
quero para viver parece ser, primeiramente me entender, me
compreender, saber quem eu sou e o que eu quero.
Se o que me move deve ser algo que eu devo entender primeiramente, essas palavras são uma tentativa de me encontrar. Contudo, essas mesmas livres palavras, procuram entender não minhas convicções, mas minhas razões em me mover para um lado ou para outro. Os desejos de meu coração passam a deixar de ser meramente espirituais para ir a um plano material, no seu sentido filosófico e político.
Se o que me move deve ser algo que eu devo entender primeiramente, essas palavras são uma tentativa de me encontrar. Contudo, essas mesmas livres palavras, procuram entender não minhas convicções, mas minhas razões em me mover para um lado ou para outro. Os desejos de meu coração passam a deixar de ser meramente espirituais para ir a um plano material, no seu sentido filosófico e político.
As dúvidas no mundo
são imensas. São muitas inquietações e incertezas. Algumas dores
são novas e as descobertas que antes nem eu cogitava, me surgem como
fatos novos e inesperados. A morte, por exemplo. Antes eu temia a
morte somente. Hoje, ainda temo, porém, também lamento. Seja a
morte algo que paralisa e deixa inacabada a vida de muitos que fazem
falta. Interessante que passo, nesse momento da vida, a sentir falta
de pessoas que morreram e eu sinto falta sem eu nunca ter conhecido e
lamento profundamente que tenham morrido. Mesmo deixando um legado,
muitos homens e mulheres que morrem nos deixam inquietos pois eram
seres humanos que tinham desejo de viver, e fazem falta, muita falta.
Que injusta é a morte! Isso me inquieta hoje!
Essa inquietação me
faz querer ter pressa em viver, viver o melhor possível, o máximo e
o mais intensamente que eu puder para não deixar passar os segundos
preciosos da existência. Por que razão a morte nos assombra e se
aproxima a cada segundo? Que razão teria a vida?
E precisa haver uma
razão? O questionamento filosófico e “sobrenatural” sobre a
morte parece ocupar um tempo precioso de minha vida agora enquanto eu
procuro entender: porque raios de motivo estamos aqui? Novamente: há
uma razão?
Me falta ânimo! O
mundo é um lugar sujo e filho da puta demais para se buscar
compreender, posso pensar. Ao mesmo tempo, esse é o mesmo mundo que
foi deixado por seres humanos incríveis, que deram uma contribuição
tão grande para a humanidade que são por séculos lembrados e serão
para sempre, visto que a tecnologia, parece, se ocupará também de
preservar a memória dos homens. Ou não já que há homens maus,
sim, homens maus que por razões tortas não querem o bem humano.
O desânimo me vem em
não conseguir vislumbrar nesse horizonte de vida solução para o
mundo e penso: dedico minha vida a lutar ou a viver? Um desejo
interno quer que eu faça a ambos. O desejo em querer também
desfrutar da vida, me faz querer dedicar tempo em buscar o que seria
fútil: dinheiro! Que merda foi essa que a humanidade criou para
permitir que alguns vivam, comam, bebam, viajem, transem, gozem,
chupem, lambam, se lambuzam, se fartam, trepem, tenham o que querem e
de novo e sempre enquanto outros não possuam sequer o mínimo
necessário para sobreviver?
É o capitalismo, eu
sei. Desde há algum tempo já entendi tudo isso, mas ora, porque
raios não conseguimos fazer uma revolução virar essa maldita chave
da história para que todos os seres humanos da face dessa porra de
Terra vivam essa caralha de vida em sua máxima plenitude desde seu
primeiro fôlego de vida e até o último suspiro antes da droga da
morte?
Essa inquietação,
como não parece ser solucionada durante minha existência deverá
ser equacionada e amparada pelo meu coração para que não me
enlouqueça e me permita com alguma desenvoltura ser hábil para
driblar e domar as questões mais desgraçadamente perturbadoras.
Aos que vem e conseguem
ter entendido algo, meus mais sinceros votos de felicidade pois
superaram as dúvidas que hoje me assolam: o que é a vida?
Abujamra, mais um que
se foi e deixa um vácuo de existência em muitos. Sua vida
reconhecida num programa de televisão era percebida por nós como,
de fato, um provocador nato que perseguia em todos: o que é a vida?
Responda essa maldita pergunta, imagino que ele diria como provocador
necessário que era. É, enfim...
Parece não ser uma
dúvida só minha, mas de muitos e com urgência de resposta.
Precisamos responder a questão fundamental da existência: o que é
a vida? Responda essa maldita pergunta!
A um desgraçado homem
bomba (ver se homem bomba se escreve com ou sem hífen - veja que preferi deixar assim mesmo sem ir verificar como o homem se explode) viver pode se
resumir em dedicar seu sacrifício em se matar em nome de Deus, ou
deus, ou o que seja, tirar a vida de muitos, ou poucos e fim, algumas
mortes e talvez todas ou muitas que se vão sem responder a pergunta:
o que é a vida?
Passaria eu a responder
que a vida é essa busca, constante, ou quase constante de
compreendê-la para se poder viver, sem enlouquecer, sem ficar
paralisado, sem deixar de amar mas odiar, necessariamente! A vida
precisa de ódio! Se você for um religioso e estiver lendo essas
palavras, entenda que Deus não deve ser outra coisa senão ódio
daqueles que irão para o inferno, assim, posso eu sendo imagem e
semelhança dele me permitir odiar um membro do Estado Isâmico por
exemplo, mas ao mesmo tempo amar os muçulmanos fraternos e caridosos
do mundo.
Só posso acreditar que
Deus não pode permitir, diante de sua própria existência, que
amemos tão incondicionalmente a todos os homens se ele próprio
condenará a muitos ao fogo eterno.
Não acredito como um
bom servo(se assim fosse), seja eu um invocador ou não invocador de seu nome, que
serei punido por condenar e odiar os mesmos que serão condenados ao
inferno por ele. Resta saber se pelo juízo divino eu estarei certo:
ou seja, se amarei e odiarei as mesmas condutas que Deus também ama
e também condena. A vida passaria a ser então a buscar por amar ou
odiar o mesmo que Deus? Não! Evidente que não para mim. Isso já
fora superado em minha crença na vida. Não é, por exemplo, o medo
de ser condenado ao inferno que me faria viver como “ele deseja”.
Não acredito no cristianismo religioso, ou outra religião qualquer
como caminho da “salvação” Já não é essa a minha busca,
embora tenha sido culturalmente incutido em mim, como não poderia
deixar de ser, desde a infância.
Apenas fechando essa
ideia: não acredito que seria a religião o caminho da “salvação”
visto que Deus teria permitido no mundo a existência de religiões
conflitantes e que se apenas uma delas salvasse essa sua permissão
condenaria imensa parte daqueles que acreditaram no “deus errado”.
Seria uma burrice divina de Deus e sendo ele onipotente, onipresente
e onisciente não faria sentido. Como não faz sentido ele permitir
todas as merdas do mundo!
Ora, assim, espero eu
querer entender a Deus! Ele que me traga as respostas dessa caralhada
toda: eis me aqui! Passo a buscar razões que sejam respondidas e
façam sentido à razão. Se fizer sentido apenas para um católico
de nada servirá essa explicação ou razão da vida que na verdade
pode ser apavorante: a santa inquisição fez muito sentido para os
católicos, veja como buscar “o que é a vida” do ponto de vista
religioso é um trauma inenarrável! Seria antes a negação da
própria vida, literalmente!
Assim, aos 33 anos e na
idade de Cristo passo a me perguntar as razões da vida do ponto de
vista histórico, marxista, dialético, materialista! Há um mundo
ainda não vivido e que poderá trazer prontas as respostas para o
questionamento fundamental da existência sobre “o que é a vida”
caso fosse outra a realidade, outro o mundo, outras as relações da
existência humana. Esse mundo não é conhecido. A dúvida, assim,
passa em querer responder o que é a vida do ponto de vista social,
econômico, político, cultural e me percebo, quando começo a
escrever essas linhas para me encontrar, agora sim, espiritualmente,
para estudar para um concurso público e dar novo horizonte a minha
vida, retomo, me percebo respondendo que a vida é essa busca e a
tentativa de viver o comunismo sem que ele tenha existido ainda na
Terra. Será?! Seria possível?
Eu passaria a dedicar
tempo em tentar entender nessas linhas o que seria a vida comunista,
talvez de maneira sequer medíocre, esforço já realizado pelo
barbudo alemão, Karl Marx.

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